1943
A proposta do Centro Cívico de Curitiba é elaborada entre 1941 e 1943, pelo urbanista francês Alfred Agache, consistindo em um conjunto de edifícios administrativos estaduais (Palácio do Governo e respectivas secretarias, Assembleia Legislativa e tribunais de Justiça e de Contas) situados em torno de uma esplanada e ligados ao centro da cidade por um eixo monumental, a Avenida Cândido de Abreu. O Centro Cívico não é executado naquele momento. Somente na década seguinte a ideia principal é retomada – no mesmo local escolhido, porém com alterações no projeto urbanístico e arquitetônico.
1953
Impulsionado por uma boa fase econômica, Bento Munhoz da Rocha Netto, governador do Estado no período de 30 de janeiro de 1951 a 3 de abril de 1955, propõem um evento alusivo ao Centenário da Emancipação Política do Paraná, para o qual uma série de obras públicas seria executada.
A praça projetada originalmente para o Centro Cívico tem a forma de um quadrilátero, com uma área de 110.000 m². Situa-se em terreno elevado, a 1.770 m da Praça Tiradentes, ligando-se a ela pela larga Avenida Cândido de Abreu. É concebida como uma grande esplanada circundada por um jogo de volumes geométricos distintos e afastados entre si, que obedecem a uma composição cuidadosa e setorização precisa: em frente à praça (atual Nossa Senhora da Salete) e à Avenida Cândido de Abreu está o Palácio Iguaçu; à direita, o conjunto legislativo, o edifício das Secretarias e a Recebedoria e Pagadoria; e à esquerda, o judiciário. Seguindo as orientações da arquitetura modernista, a circulação de pedestres e veículos é separada possibilitando, com a implantação de volumes soltos, uma boa visibilidade do conjunto e acentuando sua monumentalidade. A imponência do edifício público modernista é mantida, impondo, por meio desta característica, unidade ao conjunto.
2011
O projeto original do Centro Cívico é construído parcialmente. O prazo exíguo, os problemas técnicos e construtivos resultantes de erros de sondagens, de projetos e de cálculos estruturais e, sobretudo, a grande geada do inverno de 1953 são alguns dos problemas que inviabilizam sua conclusão. Nos festejos do Centenário da Emancipação Política do Paraná, em 19 de dezembro de 1953, somente a Praça 19 de Dezembro é inaugurada. No ano seguinte ficam prontos o Palácio Iguaçu, o Pequeno Auditório do Teatro Guaíra e a Biblioteca Pública.
A Avenida Cândido de Abreu corta a esplanada, projetada para uso exclusivo de pedestres. No conjunto do Palácio Iguaçu, a Residência Oficial do Governador, apesar da obra ter sido iniciada, é demolida em 1966.
Alguns edifícios são incorporados ao Centro Cívico: a Prefeitura Municipal de Curitiba (1960, projeto de Rubens Meister); o Tribunal de Contas do Estado (1967, de Roberto Luiz Gandolfi e José Sanchotene); os Edifícios das Secretarias (1977, de Luiz Forte Netto, Orlando Busarello e Dilva Slomp Busarello) e o Edifício Presidente Castelo Branco (1971, de Oscar Niemeyer).
O edifício da Secretaria da Assembleia Legislativa é inaugurado na década de 1960; o Plenário tem sua obra paralisada e somente é concluída em 1967, com projeto do arquiteto Edson Klotz; e o Edifício das Comissões não chega a ser iniciado. Em 1976, o Anexo da Assembleia Legislativa fica pronto, projeto dos arquitetos Joel Ramalho Jr., Leonardo Oba e Guilherme Zamoner Neto.
O Tribunal do Júri é executado, mas o Tribunal Eleitoral não sai do papel. As fundações do Palácio da Justiça são feitas, em seguida a obra é paralisada e retomada como Fórum, momento em que é reiniciada, alterando-se seu destino. Em dezembro de 2006 é inaugurado o Palácio das Araucárias, que abriga algumas secretarias de governo.
O prédio para as Secretarias de Estado é destinado para o Palácio da Justiça e, por problemas estruturais, tem sua altura reduzida para 12 pavimentos (Foto 9) e a Pagadoria e Recebedoria não é construída. O conjunto do judiciário, dessa forma, perde a concentração e a setorização do projeto inicial, ficando o Tribunal do Júri e o Palácio da Justiça em lados opostos da Praça Nossa Senhora da Salete.