Paço Municipal
Ficha Técnica
Denominação inicial: Paço Municipal
Denominação atual: Paço da Liberdade (desde 1948)
Endereço: Praça Generoso Marques, s/n° - Centro
Autor do Projeto Arquitetônico: Engenheiro Cândido Ferreira de Abreu
Data do Projeto Arquitetônico: 1913
Data de inauguração: 24 de fevereiro de 1916
Edifício original: Preservado
Área Total Construída: 2.103,70 m²
Número de Pavimentos: 03
Técnica Construtiva: Alvenaria de tijolos e concreto armado
Tipologia: Bloco único
Linguagem: Art Nouveau
Tombamento Estadual: 222-06/1964, Inscrição Tombo n° 06-II
Coritiba, a bella capital do Sul, possue hoje um excellente Paço, enfim, que honra não só os camaristas que ordenaram a sua construcção mas também quem o edificou.
E é um edifício próprio, o primeiro por certo, do Paiz, pois não nos consta que as municipalidades do Rio de Janeiro, S. Paulo, Bahia, Recife e outras capitaes, possuam um em tão excellentes condições.
Causa-nos admiração como a construcção deste nosso verdadeiro palacio, seguio na melhor harmonia e rapidez, contra todas as falsas supposições da carência de uma mão de mestre que dirigisse os trabalhos. A prova está alli bem patente na concepção dos planos bem distribuídos, com descernimento dos elementos característicos de vários estylos.
O exterior é moldado no estylo (neo classico) isto é, o Luiz XVI modernizado, o qual se adapta perfeitamente ao fim a que é destinado. É, além disso, um estylo próprio para uma cidade como Coritiba que está em sua formação. O interior é de outros estylos que mais abaixo descrevemos.
Occupa o novo Paço Municipal a razoável area de 500 metros mais ou menos e foi construído sobre uma base de concreto e blocos de cantaria, o que garante a estabilidade do edificio.
(…)
O aspecto geral externo é grandioso; as fachadas têm o cunho da elegância impressionante onde a vista se entretem sem cansaço a admirar a nota artistica que o genio esculpio e modelou em uma plastica de real merecimento.
A entrada nobre está projectada com um desenvolvimento gracioso digno de nota.
Os degraos são talhados em bom granito. Os Hercules que fingem suportar a torre estão realmente magestosos.
Na torre, a figura central que é de uma bela jovem, tendo vestida peplum e tunica, e que se encontra assentada, representa a cidade de Curitiba, presidindo aos destinos de seu povo e cuja execução é digna de merecimento.
Completa a ornamentação da torre, um escudo com as armas do Municipio, cabeças de leão symbolos da força; a cupula de superficie curvilinea coberta á eternité e sobre esta um foco de luz electrica com a intensidade de mil velas. (…)
MARIUS. O paço Municipal. Jornal Diario da Tarde. Coritiba, 17 de janeiro de 1916. (p. 1)
O edifício abrigou a Câmara Municipal e a Prefeitura desde 1916 até 1955. Nesse ano, a Câmara desocupou o seu espaço, permanecendo a prefeitura até 1969, quando foi transferida para o Centro Cívico. Em 1970, após ter sediado temporariamente o Projeto Rondon, o prédio passou por uma restauração coordenada pelos arquitetos Cyro Corrêa de Oliveira Lyra e Abraão Assad. Em 16 de janeiro de 1974, o Museu Paranaense ocupou as instalações do edifício, ali permanecendo até 18 de dezembro de 2002, quando foi realizada a última reunião do seu Conselho Consultivo. O prédio permaneceu fechado até 4 de dezembro de 2006, momento em que o SESC recebeu permissão de uso por 25 anos, para o desenvolvimento de atividades culturais, visando garantir o desenvolvimento cultural da região; como contrapartida responsabilizou-se pelo restauro, pela reciclagem e manutenção do imóvel. O edifício passou por outra intervenção, projetada novamente por Cyro Corrêa de Oliveira Lyra e Abraão Assad.